Compostagem: saiba o que é e como começar

Compostagem: saiba o que é e como começar

A pandemia de Covid-19 acarretou muitos impactos para o mundo, entre eles o aumento do lixo domiciliar. Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – Abrelpe, nesse período, houve um aumento de resíduo superior a 10%. Assim, além de refletir sobre práticas individuais e coletivas que impactam menos o meio ambiente, também é preciso discutir sobre qual destino pode ser dado ao lixo produzido. A compostagem é uma opção.

O que é compostagem?

A compostagem é o processo biológico de decomposição e reciclagem da matéria orgânica, seja ela de origem urbana, doméstica, industrial, agrícola ou florestal. É um processo que requer a presença de oxigênio e que é realizado por micro-organismos, como fungos e bactérias. O resultado é a transformação do material orgânico em húmus, um composto orgânico que se assemelha a uma terra preta, muito fértil, por ser rico em nutrientes, que pode ser utilizado para melhorar a qualidade do solo sem contaminar o meio ambiente.

Qual a importância da compostagem?

De acordo com o manual Compostagem Doméstica, Comunitária e Institucional de Resíduos Orgânicos, publicado pelo Ministério do Meio Ambiente, aproximadamente 50% dos resíduos gerados no Brasil são orgânicos e poderiam ser reciclados em casa ou em escala industrial.

Nesse caso, o lixo que recebe o destino adequado em casa já não precisa ser acumulado nos aterros sanitários. Esse processo gera também economia de recursos do município, uma vez que este terá menos lixo para transportar até o aterro, enriquece o solo e gera adubo ecológico e de qualidade, que pode ser usado na produção alimentar ou ser vendido, tornando-se uma fonte de renda. Outras vantagens importantes da compostagem são a diminuição dos fertilizantes químicos, a redução do plástico utilizado para transportar o lixo e, também, a redução do mau cheiro do lixo doméstico. Além disso, ao reduzir a quantidade de lixo disponível e minimizar a transmissão de doenças, a compostagem ajuda a melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Como fazer compostagem?

Existem duas maneiras de fazer a compostagem doméstica: com minhocas ou sem minhocas. Mas, para escolher o modelo adequado para sua realidade, é preciso levar em consideração fatores como: o tamanho do espaço que você tem disponível; o tipo de resíduo que é produzido na sua residência; e o volume, a depender da quantidade de pessoas que moram com você.

Tipos de compostagem:

  1. Com minhocas (Vermicompostagem)

O método com utilização de minhocas é mais rápido, pois elas aceleram o processo de decomposição da matéria, auxiliando os micro-organismos que já estão presentes no solo. Essa é a primeira diferença entre o método com e o método sem minhocas: o tempo de decomposição é menor com a presença delas. Na decomposição, é gerado o húmus de minhoca, rico em flora bacteriana que fornece nutrientes para as plantas. É um processo indicado para quem vive em apartamento ou casa e demora aproximadamente três meses para degradar inteiramente a matéria.

Grande parte das composteiras desse tipo utiliza três ou mais caixas de plástico, que ficam empilhadas. Nas duas caixas de cima ocorre o processo de digestão ou compostagem. A terceira caixa, que fica embaixo, é responsável pela coleta do chorume e tem, inclusive, uma torneira acoplada para que o líquido possa ser retirado e utilizado como fertilizante.

Com as três caixas à disposição e empilhadas, faça furos para que elas se comuniquem. Forre o fundo da primeira caixa com galhos e folhas secas, de modo que atue como dreno para a composteira. Coloque terra e aproximadamente 100 minhocas. Disponha os resíduos orgânicos permitidos, como restos frutas, verduras, legumes, cascas de ovos, grãos e sementes, sachês de chás (sem a etiqueta) e borra de café. Itens úmidos, como frutas cítricas, flores e alimentos cozidos devem ser avaliados, e carnes, arroz, trigo, limão, óleos e qualquer líquido (iogurte, leite, etc.) nunca devem ser depositados. Cubra os resíduos com folhas secas para evitar odores e, depois, tampe. A primeira caixa ficará cheia e deverá ser colocada para baixo, ocupando a segunda posição da pilha. Repita o processo.

  1. Compostagem seca

A compostagem seca, ou seja, sem minhocas, requer mais atenção. É preciso estar alerta para que não gere mau cheiro nem mofo, consequências que são evitadas quando as minhocas estão presentes. Nesse processo, a decomposição acontece mais lentamente porque depende exclusivamente da ação de micro-organismos do solo. Além disso, na compostagem seca, existem outros alimentos que são permitidos, como alho e cebola.

  1. Composteira automática

É uma opção que funciona com energia elétrica e possui micro-organismos que se multiplicam em altas temperaturas. Ao contrário dos demais processos, neste é possível colocar alimentos ácidos, carnes, derivados do leite, frangos e peixes, restritos nas demais opções. Outra vantagem desse processo é o tempo: em 24h o adubo está disponível para ser utilizado.

Cuidados importantes:

Avalie com frequência a umidade dos alimentos que são colocados para compostagem e não esqueça de sempre os cobrir com folhagens. A umidade pode prejudicar o processo e atrair moscas. Outro cuidado importante é com o local que a composteira ocupará na sua casa. Evite lugares com luz direta e que possa molhar com a chuva.

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