Animais em extinção no Brasil e no mundo

Animais em extinção no Brasil e no mundo

O que são animais em extinção?

Animais em extinção são aqueles que correm o risco de desparecerem definitivamente. Trata-se de uma análise e de uma classificação importantes, pois acendem um alerta para a necessidade de intensificação do cuidado com aquela espécie. Para que alguma espécie seja classificada como “em extinção”, é preciso que alguns fatores sejam levados em consideração, como o tempo geracional, que é o tempo que o animal leva para chegar à fase reprodutiva, a extensão da ocorrência e a fragmentação da população, ou seja, se são animais que vivem em grupos ou isolados.

Quais as causas da extinção dos animais?

Há 100 milhões de anos, as espécies que habitavam o mundo eram completamente diferentes das que conhecemos hoje. Isso porque o processo de extinção é natural. Aqui, entretanto, é preciso pontuar que a influência humana tem sido decisiva nesse processo, por meio da caça e da pesca desmedida, da destruição e do desmatamento dos habitats naturais e pelo agravamento das mudanças climáticas.

Entre os principais fatores que podem levar uma espécie à extinção, podemos citar:

Destruição de habitat: quando os animais estão bem adaptados ao ambiente em que vivem, conseguem viver em harmonia e com os recursos necessários para sobreviver e se defender. Com a destruição do seu habitat, os animais são forçados a se readaptar, e muitas espécies não conseguem, ficando, assim, vulneráveis a outros predadores ou morrendo de fome por exemplo.

Poluição: a poluição submete as espécies muitas vezes a condições insuportáveis, como a contaminação da água, da terra ou do ar. Inevitavelmente, a contaminação do ambiente é repassada para os animais, que geralmente não resistem. Além disso, ainda que a espécie não seja afetada, a contaminação altera o habitat natural e acaba gerando destruição, como citado no primeiro ponto.

Caça e pesca: com frequência, a caça e a pesca dos animais são mais velozes que a capacidade de reprodução da espécie. A caça se diferencia muito da cadeia alimentar, ciclo em que os animais se alimentam uns dos outros. A caça predatória acontece para extrair partes dos animais com o intuito de ter lucro, como chifres e peles.

Mudanças climáticas: as mudanças climáticas expõem os animais a fatores como aumento das temperaturas, alterações no solo e, também, disponibilidade de alimentos. Os anfíbios, em especial, são muito afetados, tanto que um artigo publicado na revista Ecology and Evolution mostrou que as mudanças climáticas poderão acarretar a extinção de 42 espécies de anfíbios anuros na Mata Atlântica e no Cerrado entre 2050 e 2070.

Catástrofes ambientais: os eventos naturais como vulcões, terremotos, maremotos, glaciações e impactos de meteoritos, por exemplo, podem causar a morte de várias espécies. A ação do homem degradando o meio ambiente aumenta a frequência das catástrofes e deixa os animais mais expostos às consequências.

Tráfico de animais: o tráfico de animais, além de submeter as espécies a condições degradantes de transporte e de forçá-los a permanecer em cativeiros que não oferecem o mínimo necessário para a sobrevivência, retira-os de seus habitats naturais, obrigando-os à adaptação a novos espaços.

A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN:

A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais – IUCN foi criada em 1964 com o objetivo de prover informações a respeito da conservação das espécies que povoam o planeta. É uma organização internacional que reúne e apresenta dados relevantes da fauna e da flora.

O trabalho realizado pela organização é um alerta sobre a diminuição da biodiversidade no Planeta. Os dados são importantes para comprovar a necessidade da aplicação de políticas públicas na proteção dos animais.

A lista vermelha apresenta nove diferentes categorias para classificar um organismo vivo. Confira o significado de cada uma delas:

Categorias

Extinto (Extinct – EX): nenhum exemplar da espécie analisada está vivo na natureza ou em cativeiros;

Extinto na natureza (Extinct in the Wild – EW): a espécie analisada não é mais encontrada em seu habitat natural, existindo apenas representantes em cativeiros;

Criticamente em perigo (Critically Endangered – CR): a espécie classificada como criticamente ameaçada corre um risco extremamente alto de ser extinta da natureza;

Em perigo (Endangered – EN): a espécie estudada apresenta um risco elevado de entrar em extinção em seu habitat;

Vulnerável (Vulnerable – VU): a espécie vulnerável é aquela que apresenta riscos de entrar em extinção na natureza;

Quase ameaçado (Near Threatened – NT): uma espécie quase ameaçada é aquela que necessita de medidas de conservação para que não se torne vulnerável à extinção;

Pouco preocupante (Least Concern – LC): quando comparadas às outras categorias, as espécies classificadas como pouco preocupantes não apresentam muitos riscos de extinção;

Dados deficientes (Data Deficient – DD): a espécie estudada não possui dados suficientes para avaliar o nível de conservação;

Não avaliado (Not Evaluated – NE): as espécies classificadas nesta categoria não foram avaliadas pelos critérios da IUCN.

No Brasil, o ICMBio é responsável pela atualização da lista de animais em extinção e atualizou, em 2022, após oito anos, a Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção. 

Conheça as espécies ameaçadas de extinção no Brasil e no mundo:

  • Onça-pintada (Panthera onca)

A onça-pintada, o maior felino das Américas, ocupa quase todo o Brasil, mas sua população é altamente ameaçada e, por isso, está na lista das espécies consideradas vulneráveis. As principais causas do desaparecimento da onça-pintada são a caça e o desmatamento. Atualmente, estima-se que sua população não ultrapasse 10.000 indivíduos.

  • Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia):

Trata-se de um primata de 60 centímetros, que está há muito tempo ameaçado de extinção e hoje é classificado como “em perigo”. Tem como habitat natural o litoral fluminense, chegando até o Espírito Santo, entretanto a devastação da Mata Atlântica e das atividades de extração de madeira e agropecuárias na região ainda ameaçam a perpetuação dessa espécie.

  • Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus)

Esse animal brasileiro, típico do Cerrado e do Pampa, está classificado como vulnerável. Sua sobrevivência é ameaçada principalmente pelo desmatamento.

  • Panda-gigante (Ailuropoda melanoleuca)

Originários do centro-sul da China, os pandas são objetos de muitos projetos de conservação da espécie. Existem hoje 2.500 indivíduos que vivem isolados, dificultando o acasalamento. Outra dificuldade é que as fêmeas só entram no cio uma vez por ano e por, no máximo, três dias.

  • Baleia-fin (Balaenoptera physalus)

Essa espécie, considerada a segunda maior baleia do mundo, está classificada como vulnerável. Sua população aumentou com a proibição de caça no oceano pacífico.

  • Arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari)

Trata-se de uma das espécies mais ameaçadas que vivem no Brasil e está classificada como “em perigo”. Suas maiores ameaças são o tráfico e a destruição de seu habitat natural, a Caatinga. Já existem, no País, programas que têm o objetivo de preservar a espécie.

  • Pinguim-africano (Spheniscus demersus)

Essa é a única espécie de pinguim que vive na África e é ameaçada pelos derramamentos de petróleo, que são frequentes na região.

  • Peixe-boi-marinho (Trichecus manatus Linnaeus)

É uma espécie brasileira, mais presente nos estados de Alagoas e Amapá, que atualmente está classificada como “em perigo de extinção”. As causas mais comuns para seu desaparecimento são a caça e a destruição de seu habitat natural.

  • Gorila-da-montanha (Gorilla beringei beringei)

É um mamífero originário da África Central que atualmente está classificado como “em perigo”. Segundo especialistas, em 2008, existiam aproximadamente 680 exemplares da espécie, fazendo com que fosse considerada como criticamente ameaçada. Entretanto, em função das ações tomadas para a preservação da espécie, o status mudou e, em 2018, os números indicavam a existência de aproximadamente 1.000 indivíduos. Entre as principais causas de extinção estão as doenças proliferadas pelos humanos, como as doenças respiratórias.

  • Condor-californiano (Gymnogyps californianus)

O condor tem, como seu habitat natural, o México e os Estados Unidos. Seu processo de extinção está relacionado à caça descontrolada. Atualmente, dois santuários trabalham pela preservação da espécie, um em San Rafael Wilderness e outro em Los Padres National Forest, sendo a reprodução em cativeiro uma das alternativas para a repopulação.

  • Baleia-azul (Balaenoptera musculus)

A baleia-azul é o maior mamífero da Terra e existia em grande número no século XX, mas, como reflexo da caça intensa, essa espécie está ameaçada. Até 2002, estudos sugeriam que existiam entre 5 e 12 mil baleias-azuis nos oceanos, concentradas na Antártica. Os números mais atuais indicam que essa espécie está aumentando.

  • Macaco-prego-galego (Sapajus flavius)

Trata-se de uma espécie nativa do Brasil que está classificada como “criticamente ameaçada de extinção”. As principais causas apontadas para seu desaparecimento são o desmatamento, a poluição e a expansão urbana em áreas de mata. Desde quando foi descrita, há aproximadamente 10 anos, segundo dados do ICMBio, essa espécie diminuiu cerca de 50%.

  • Soldadinho-do-araripe (Antilophia bokermanni)

É uma ave brasileira classificada como “criticamente ameaçada de extinção”. Trata-se de um animal que vive predominantemente na Caatinga, principalmente no estado do Ceará, na Chapada do Araripe. A causa principal para seu desaparecimento é a destruição de seu habitat, inclusive com a diminuição dos recursos hídricos, o que, segundo estimado por especialistas, causou a morte de cerca de 60 casais maduros.

  • Coala (Phascolarctos cinereus)

Os coalas estão classificados como “vulneráveis”.

  • Baleia-azul (Balaenoptera musculus)

A baleia-azul está classificada como espécie “em perigo”.

  • Urso-polar (Ursus maritimus)

O urso-polar está classificado como “vulnerável”.

  • Kakapo (Strigops habroptilus)

Os kakapos são aves que estão classificadas como “criticamente em perigo”.

  • Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla)

É um animal nativo da América que atualmente está classificado como “vulnerável”.

  • Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii)

A ararinha-azul está classificada como “possivelmente extinta na natureza”. Alguns indivíduos podem ser encontrados em cativeiro.

  • Tatu-bola (Tolypeutes tricinctus)

Uma espécie classificada como “vulnerável”.

  • Ariranha (Pteronura brasiliensi)

Atualmente, essa espécie é classificada como “em perigo”.

 

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