Efeito estufa: um perigo a ser controlado

Efeito estufa: um perigo a ser controlado

O que é o efeito estufa?

O efeito estufa é um fenômeno atmosférico natural essencial para a sobrevivência humana na Terra. É ele que mantém as temperaturas equilibradas, evitando que ocorram grandes oscilações. Por exemplo, sem o efeito estufa, as temperaturas da Terra ficariam em torno de -18ºC, impossibilitando a perpetuação dos seres vivos. Assim, os gases de efeito estufa retêm o calor na Terra, como acontece, por exemplo, em um carro parado no sol: o calor entra e, enquanto uma parte sai pelos vidros, outra parte fica lá dentro aquecendo o interior do carro. Os gases de efeito estufa se equiparam aos vidros, que dificultam a saída de calor.

O que tem transformado o efeito estufa em vilão é a ação humana. A alta concentração de gases de efeito estufa provoca diversas alterações climáticas e aumenta a temperatura do planeta, uma vez que impede que o calor retorne ao espaço. Entre as ações responsáveis pela alta emissão de gases podem ser citadas a queima de combustíveis fósseis, a poluição dos meios de transporte, o tratamento de dejetos, o uso de fertilizantes, as atividades agropecuárias e diversos outros processos industriais.

Causas do efeito estufa

As causas para a intensificação do efeito estufa estão concentradas na ação humana e envolvem sobretudo atividades que produzem altos níveis de poluição, com a emissão de gases que agravam a retenção de calor na Terra, tais como a queima de combustíveis, as chaminés de fábricas, os escapamentos de veículos, as atividades agrícolas, entre outras. O desmatamento causado pela remoção da vegetação agrava o efeito estufa não apenas pelas máquinas e pelas queimas envolvidas, mas também porque árvores e florestas atuam como controladores naturais da temperatura e da umidade do planeta.

Conheça os gases responsáveis pelo agravamento do efeito estufa:

  1. Dióxido de carbono: é o mais presente entre todos os gases, principalmente na queima de combustíveis fósseis, como carvão mineral, petróleo, gás natural, e no desmatamento. Desde a Revolução Industrial, considera-se que o aumento de CO2 aumentou 35%, e, atualmente, considera-se que ele é responsável por 55% das emissões de gases.
  2. Metano: é o segundo gás que mais influencia no aumento das temperaturas do Planeta Terra, com impacto 21 vezes maior que o CO2. Cerca de 60% dele são produzidos por atividades humanas, como pecuária, aterros sanitários, lixões e na formação de reformatórios de hidrelétricas.
  3. Óxido Nitroso: tem 298 vezes mais capacidade que o CO2 para aumentar as temperaturas do planeta e é emitido por bactérias presentes no solo ou no oceano. A emissão desse gás acontece por atividades como cultivo do solo, uso de fertilizantes nitrogenados e tratamento de dejetos.
  4. Gases fluoretados: são produzidos pela ação humana por meio de atividades industriais como nos sistemas de arrefecimento e refrigeração; na indústria eletrônica; na produção de alumínio; e clorofluorcarbono (CFC), responsável pela destruição da camada de ozônio.
  5. O ozônio é encontrado na estratosfera e na troposfera em função da reação entre gases poluentes emitidos pelas atividades humanas, e, na estratosfera, quando o ozônio absorve a radiação solar e impede que ocorra a entrada de raios ultravioletas, formando “camada de ozônio”. Entretanto, é importante ressaltar que, quando formado na troposfera em grandes concentrações, é prejudicial aos organismos.
  6. No tocante aos hidrofluorcarbonos (HFCs), que são utilizados como substitutos dos clorofluorcarbonos (CFCs) em aerossóis e refrigeradores, é importante destacar que possuem alto potencial de aquecimento global. Além disso, é um gás 140 a 11.700 vezes mais potente que o CO2.
  7. O hexafluoreto de enxofre é o gás de efeito estufa com o maior poder de causar aquecimento global, sendo até 23.900 maior que o CO2. Ele é utilizado principalmente como isolante térmico e condutor de calor.

Consequências do efeito estufa

As consequências do efeito estufa são diversas. Conheça algumas:

  • Degelo das calotas polares e aumento do nível do mar.

O derretimento das geleiras causa o aumento do nível do mar e a redução do albedo — a porcentagem de radiação solar que a superfície terrestre reflete ou devolve para a atmosfera.

  • Agravamento da insegurança alimentar, escassez de alimentos e prejuízo à agricultura e à agropecuária

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), as mudanças climáticas levantam muitos questionamentos sobre a disponibilidade de alimentos. O aquecimento global vem modificando a duração das estações em grande parte do mundo, o que altera o tempo de cultivo dos alimentos. Outras transformações que acontecem devido à mudança de estações e temperaturas são a proliferação de insetos, o aumento de plantas invasoras e a disseminação de doenças que podem afetar as colheitas. Algumas consequências já podem ser enxergadas na pecuária: as mudanças climáticas afetam diretamente a reprodução, metabolismo e saúde dos animais, entre outras.

  • Desastres ambientais

Segundo dados do Painel Intergovernamental sobre a Mudanças Climáticas (IPCC, 2014), no período entre os anos 1901 e 2010, houve um aumento de 19 centímetros do nível médio global do mar. Segundo projeções dos especialistas do IPCC, no ano de 2100, o nível do mar estará entre 15 e 90 centímetros mais alto do que hoje, o que aumenta o risco de inundações. O efeito estufa tem relação direta com o aumento da intensidade dos eventos climáticos extremos. Um indício disso é que o aumento da temperatura do mar torna mais propícia a formação de furacões, que só se formam sobre águas que têm, pelo menos, uma temperatura de 26,51ºC.

  • Aumento da temperatura em até 2ºC

Segundo o Relatório Especial do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) , estima-se que as atividades humanas tenham causado cerca de 1°C de aquecimento global acima dos níveis pré-industriais, com uma variação provável de 0,8°C a 1,2°C. A estimativa é que o aquecimento global atinja 1,5°C entre 2030 e 2052, caso continue a aumentar no ritmo atual.

  • Desertificação de áreas férteis

O aquecimento global acelera a degradação do solo e propicia a desertificação de áreas do planeta, um processo que acaba com todo o potencial biológico das regiões afetadas, transformando-as em terrenos inférteis e improdutivos.

Como evitar o efeito estufa?

Segundo dados do Relatório Especial do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, para limitar o aquecimento global a menos de 2°C, é preciso que as emissões de CO2 diminuam cerca de 20% até 2030. Para frear o efeito estufa e o consequente aquecimento global, é preciso investir em fontes de energia renováveis e alternativas, abandonando o uso dos combustíveis fósseis, cuja queima libera diversos gases de efeito estufa.

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