Economia circular: desenvolvimento econômico e sustentável caminhando juntos
Economia circular: desenvolvimento econômico e sustentável caminhando juntos
O que é economia circular?
A economia circular associa o desenvolvimento econômico com o melhor uso dos recursos naturais e a sustentabilidade, como um aperfeiçoamento do sistema econômico vigente. São formas de desenhar, produzir, comercializar e desenvolver modelos de negócios que otimizem e que permitam a recuperação inteligente dos recursos, sem esgotá-los. Na produção desenvolvida com os preceitos da economia circular, há menor utilização de matéria-prima virgem, sendo priorizada a utilização em larga escala de insumos recicláveis, renováveis, reaproveitados ou de segunda mão. Dessa forma, abre-se caminho para que a produção seja também um meio de preservação e equilíbrio.
O sistema de economia circular enxerga a produção de bens e serviços dentro de uma lógica cíclica, até que não possa ser mais transformada, reciclada ou reutilizada, de modo a evitar que aconteça o descarte precoce e sem os devidos cuidados, um processo que é muito danoso para o meio ambiente. Assim, a economia circular é um conjunto de atitudes que se opõe à economia linear, que incentiva um sistema de produção considerando que os produtos seguirão apenas cinco etapas durante sua vida útil: extração – que é o processo que caracteriza a retirada do material da natureza; processamento – trata-se do trabalho aplicado para transformar o recurso natural em matéria-prima; transformação – nesta fase, a matéria-prima se transforma em bem de consumo com a atuação da indústria, que a transforma em bem de consumo; consumo – abrange o período de utilização do produto, que pode ser de minutos, dias, meses ou anos; e, por fim, a fase do descarte – que é quando o bem de consumo será substituído sem possibilidade de ser transformado ou reutilizado, ou seja, deixa de cumprir sua função ou é substituído por um novo. Nesse sentido, quando falamos de economia linear, o produto chegará à fase de descarte sem possibilidade de extensão da sua vida útil.
O sistema linear expõe as empresas e os países aos riscos da volatilidade das matérias-primas e sua consequente falta e interrupção na produção. A mudança de paradigma proposta pela economia circular pode ser descrita em seis fases: Extração; Transformação; Consumo; Manutenção e Reparação; Reutilização; Reciclagem ou tratamento para descarte consciente.
Como citamos anteriormente, nas fases da economia linear, é possível perceber que as primeiras etapas da economia circular se assemelham, entretanto há o enfoque nas demais fases, com a diminuição de desperdício e o reaproveitamento de materiais. Dessa forma, é um processo que reforça a possibilidade de que a produção aconteça sem que haja necessidade de sempre se extrair novos recursos naturais.
Qual é o objetivo da economia circular?
A economia circular é um sistema que busca a gestão sustentável dos recursos naturais de modo que produtos, componentes e materiais sejam utilizados da forma mais eficiente possível, seguindo preceitos de desenvolvimento sustentável. Segundo a Fundação Ellen MacArthur, que trabalha para acelerar a transição para uma economia circular, o conceito segue três princípios básicos:
Descartar resíduos desde o início da produção
A economia cíclica deve acompanhar toda a produção, desde o início, fazendo com que o processo seja sustentável em todas suas etapas. O mesmo deve acontecer com a redução de resíduos, que deve ser um preceito presente desde a extração e transformação do recurso que é retirado da natureza em matéria-prima.
Garantir que os materiais sejam utilizados até o fim
Segundo esse princípio, a utilização dos materiais não termina quando o uso para o qual foi adquirido se encerra; ele deve ser reaproveitado e transformado enquanto for possível.
Regenerar Sistemas Naturais
Por meio de políticas das empresas que se comprometem com esse sistema econômico, todos devem se engajar na recuperação dos ecossistemas, trabalhando pelo equilíbrio entre a produção de insumos e a preservação do meio ambiente.
Como aplicar a economia circular?
Utilize produtos como serviços e priorize o compartilhamento
Na teoria da economia circular, os bens de consumo duráveis deixam de ser considerados propriedade e uso de apenas uma pessoa e passam a ser compartilhados para que o uso coletivo dos produtos diminua os impactos causados para o meio ambiente. Além disso, quando há a utilização coletiva de bens, como carros no caso da empresa Uber, menos bens disponíveis são necessários e menos eles ficam ociosos, sendo utilizados até o momento que sua vida útil acabar. Outra vantagem desse modelo é que o cliente não é o responsável pelo descarte dos bens, e sim a empresa que os administra, que se orienta por meio de políticas de Environmental, Social and Governance (ESG).
Valorize a logística reversa
Com a implementação da logística reversa, é de responsabilidade das empresas o descarte a reciclagem dos materiais que são utilizados durante sua produção. Sendo assim, uma empresa de pilhas, por exemplo, pode disponibilizar vários pontos espalhados pela cidade para descarte desses produtos, que são altamente tóxicos e causam grande impacto quando não são descartados da maneira adequada.
Prefira utilizar produtos circulares na produção
Quando as empresas escolhem aderir à economia circular, um modo de fazer isso é adotar a utilização de matérias-primas recicladas, reutilizadas ou transformadas. Dessa forma, haverá uma menor retirada de novos produtos da natureza, reduzindo os danos ao meio ambiente causados pelos processos extrativistas predatórios. Outra maneira de diminuir os impactos ambientais é utilizar energia de fontes renováveis, como a solar, uma fonte inesgotável.
Entenda como estender a vida útil dos produtos
Na economia circular, a vida útil de um produto não acaba quando ele termina de executar a função para a qual foi produzido. É importante entender a vida útil e a composição dos produtos para que eles sejam aplicados em outras funções, transformados ou adaptados para que seu uso continue. O conhecimento sobre funcionamento e composição dos produtos é importante também para realizar corretamente processos de manutenção, upgrade, recondicionamento e reuso de produtos que, em tese, teriam seus ciclos de vida esgotados.
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