Consumo consciente: como viver em equilíbrio
Consumo consciente: como viver em equilíbrio
O que é consumo consciente?
Para entender o que é consumo consciente, é preciso entender que todas as nossas ações importam e produzem impactos ambientais e econômicos positivos ou negativos, ou seja, os hábitos de consumo individuais impactam o coletivo. O consumo consciente requer que as pessoas se percebam como parte de um todo – a sociedade – e como ator de transformação.
O consumo consciente nasce do consumo sustentável e traz o conceito que cada escolha importa, ou seja, é preciso que as pessoas estejam atentas aos seus hábitos de consumo.
Quero começar!
Consumo de água:
Apenas 2,5% da Terra é composta por água doce, e aproximadamente 2/3 desse total estão atualmente congelados em geleiras, portanto, indisponível para consumo. Sendo assim, é impossível pensar em consumo consciente e não refletir sobre nossa relação com a água. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é possível atender às necessidades básicas de um indivíduo, como cozinhar, beber água, tomar banho e limpar a casa com 50L a 100L de água por dia. Entretanto, no Brasil, o consumo diário médio é de 154,9 litros por pessoa.
A ação pessoal e a conscientização sobre nosso papel como vetores de mudança são muito importantes, mas não é possível ignorar os gastos de água pelas indústrias e pela agropecuária. Segundo números da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a atividade agropecuária é responsável por 70% de toda a água utilizada pelos seres humanos. Outro número alarmante é que aproximadamente 60% da água utilizada na agricultura são desperdiçados, principalmente por técnicas inadequadas de irrigação. Assim, a atuação do governo no controle e na taxação do consumo excessivo de água por esses setores é indispensável para a economia.
Veja, a seguir, pequenas mudanças individuais, que podem ser inseridas em sua rotina e contribuir para o equilíbrio do consumo de água no mundo:
- Dicas para começar:
- Fique atento ao tempo que gasta no chuveiro tomando banho;
- Ao escovar os dentes, deixe a torneira fechada;
- Conserte vazamentos de água em casa;
- Evite descongelar alimentos em água corrente;
- Colete água da chuva para lavar carros e calçada.
Alimentos
A nossa cadeia de produção alimentícia, além de gerar muita poluição, com liberação de gases de efeito estufa, gera também desperdício. Muitos alimentos que ainda são viáveis, que poderiam saciar famílias em situação de insegurança alimentar, são descartados. Segundo a Organização das Nações Unidas, para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 28% dos alimentos que chegam às casas na América Latina são desperdiçados. Especificamente no Brasil, cada pessoa desperdiça, em média, 41,6 kg de alimentos por ano.
Assim, cada vez mais, é preciso que as pessoas se conscientizem de que suas escolhas alimentares importam e têm impacto no meio ambiente e na economia.
Veja dicas para melhorar sua forma de consumo dos alimentos:
- Dicas para começar:
- Faça planejamento alimentar e compre apenas o necessário;
- Não tenha medo de comprar alimentos com pequenos defeitos;
- Utilize os alimentos integralmente, com caules, folhas e outras partes geralmente descartadas;
- Armazene corretamente os alimentos para que eles tenham uma durabilidade maior;
- Prefira alimentos da estação, pois contêm menos agrotóxicos e estão sempre mais baratos.
Quero fazer mais!
Uma pesquisa feita pela UNICEF em parceria com a Gallup demonstrou que os jovens são os cidadãos mais capazes de se enxergarem como parte do mundo e de entenderem que o futuro melhor depende deles. Dos jovens brasileiros que responderam às perguntas da pesquisa, 73% têm as mudanças climáticas como uma grande preocupação, e 59% acreditam que a educação pode transformar o mundo.
Quando nos entendemos como parte do problema, a consciência de que podemos ser parte da solução vem de maneira mais natural. Por isso a consciência sobre nossa atuação com o meio ambiente e os impactos que causamos com nossa forma de consumo são importantes. Tudo isso passa pela educação ambiental, ecológica e de consumo. Mas como é possível adquirir esse conhecimento?
O instituto Akatu, uma organização do Brasil sem fins lucrativos pioneira em ações de sensibilização, mobilização e engajamento da sociedade para o consumo consciente, realizou, em 2020, a pesquisa CYCLES: Children and Youth in Cities – Lifestyle Evaluations and Sustainability, em parceria com o Centro para a Compreensão da Prosperidade Sustentável da Universidade de Surrey, no Reino Unido. Segundo os dados coletados, apenas 1/3 dos jovens brasileiros (entre 12 e 24 anos) tinha envolvimento efetivo com alguma organização ou movimento social e/ou ambiental no ano anterior.
Pensando nisso, o instituto levantou uma lista de sete iniciativas que trabalham com a educação de jovens nos temas impacto social, gênero, raça, ODS e justiça climática. Conheça aqui três delas e acompanhe as demais na página do Instituto.
Confira abaixo:
Engajamundo
Trata-se de uma organização estruturada por jovens, para jovens. A missão do Engajamundo é demonstrar que a mudança individual tem efeitos positivos e que, quando mudamos, é possível transformar a realidade ao nosso redor. Com dez anos de história, conta com a participação de mais de dois mil jovens e soma 160 projetos.
Fridays for Future Brasil
É o movimento criado pela ativista sueca Greta Thunberg. A iniciativa, que também atua no Brasil, promove o desenvolvimento local em busca de justiça climática e socioambiental. É possível se envolver em projetos de combate a incêndios, apoio às comunidades tradicionais e indígenas, conservação da biodiversidade na Amazônia e mobilização para o combate à crise climática em escolas.
Força Meninas
Trata-se de uma plataforma educativa que ajuda meninas de 6 a 18 anos a desenvolverem habilidades para se tornarem protagonistas de mudanças para um mundo melhor. Com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), oferecem capacitações, mentorias e oficinas, sempre com foco na redução das desigualdades de gênero. Fundada em 2016, a plataforma já impactou mais de 43 mil meninas em 13 estados brasileiros.
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A Geração Distribuída de Energia é aprovada e regulamentada pela ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica (Resolução Normativa nº 482/12)